Tauromaquia- História

A Tauromaquia ou, numa das suas principais expressões, tourada ou corrida de touros, é um evento que consiste na lide com touros bravos, tanto a pé quanto a cavalo. Os primeiros registos desta cultura remontam ao século XII, sendo que a sua expressão mais forte sempre decorreu na Península Ibérica (Portugal e Espanha) embora seja também muito comum no Sul da França e em diversos países da América Latina, como o México, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador e Costa Rica, assim como nas Filipinas e Estados Unidos. Nos últimos anos os eventos tauromáquicos têm despertado um intenso debate entre os respetivos apoiantes e críticos.

Em sentido amplo, a tauromaquia também inclui todo o desenvolvimento prévio do espetáculo, desde a criação do touro, a confeção dos trajes dos participantes, além do desenho e publicação do cartel taurino e outras manifestações artísticas ou de caráter publicitário, que variam de acordo com os países e regiões onde a tauromaquia integra a cultura nacional ou regional. 


Na cultura da Península Ibérica, o Circo de Termes parece ter sido um local sagrado onde os celtiberos praticavam o sacrifício ritual dos touros. A estela de Clunia é a mais antiga representação do confronto de um guerreiro com um touro. As representações taurinas de variadas fontes arqueológicas encontradas na Península Ibérica, tais como os vasos de Líria, as esculturas dos Berrões, a bicha de Balazote ou o touro de Mourão estão, quase sempre, relacionadas com as noções de força, bravura, poder, fecundidade e vida, que simbolizam o sentido ritual e sagrado que o touro ibérico teve na Península.


A palavra "tauromaquia" é oriunda do grego ταυρομαχία - tauromachia (combate com touros). O registo pictórico mais antigo da realização de espectáculos com touros remete à ilha de Creta (Knossos). Esta arte está presente em diferentes vestígios desde a antiguidade clássica, sendo conhecido o afresco da tourada no palácio de Cnossos, em Creta.

Júlio César, durante a exibição do venatio, introduziu uma espécie de "tourada" onde cavaleiros da Tessália perseguiam diversos touros dentro de uma arena, até os touros ficarem cansados o suficiente para serem seguros pelos cornos e depois executados. O uso de uma capa num confronto de capa e espada com um animal numa arena está registado pela primeira vez na época do imperador Cláudio

A tourada fez parte das origens de Portugal. De entre a realeza, aqueles que foram reais toureiros foram D. Sancho II, D. Sebastião, D. Afonso VI, D. Pedro II, D. Miguel e D. Carlos I. Todos toureavam a cavalo, mas D. Pedro II chegou a enfrentar o touro a pé. O que mais contribuiu para o desenvolvimento das touradas terá sido D. Sebastião, que pediu ao Papa Gregório que revogasse a Bula Pontifícia de Pio V que proibia as touradas. 

As touradas como as conhecemos hoje nasceram no Iluminismo, entre o século XVII e XVIII, e realizavam-se nas praças públicas das cidades. Em Lisboa, a Praça do Comércio e o Rossio eram os locais usados para as touradas. Desde o século XVIII, as touradas começaram a realizar-se em recintos fechados criados para correr os toiros, as actuais Praças de Toiros.

A maior praça de touros do mundo é a "Plaza de Toros México", localizada na Cidade do México. A maior praça europeia é a "Plaza de Toros de las Ventas", em Madrid. Numa tourada, todos os touros têm, pelo menos, quatro anos de idade. Quando os touros lidados ainda não fizeram os 4 anos, diz-se que é uma novilhada. 


A lide varia de país para país. Em Portugal, tem duas fases: a chamada lide a cavalo (ou, menos correntemente, lide a pé) e, posteriormente, a pega. A primeira é levada a cabo por um cavaleiro lidando o touro. A lide consiste na colocação de bandarilhas, ditas farpas, de tamanhos variáveis, começando com bandarilhas longas e culminando frequentemente com bandarilhas muito curtas, ditas "de palmo".

Em Portugal as touradas foram proibidas em 1836, durante o reinado de Dona Maria II, mas tal proibição durou somente 9 meses, pois a população revoltou-se contra a mesma. Voltaram assim a ser permitidas, mas sendo proibidos os chamados touros de morte, onde o touro é morto em praça pública, embora tal prática tenha continuado a acontecer em diversas corridas. Em 1928, os touros de morte foram proibidos em Portugal. Em 2002, a lei foi alterada, voltando a permitir os toiros de morte em locais justificados pela tradição, como na vila de Barrancos. Em Monsaraz o touro continuou a ser morto entre 2002 e 2013 (seguindo uma tradição centenária), mesmo sem autorização administrativa, defendendo os locais que esta vila cumpria os requisitos legais para ter toiros de morte, tendo o Tribunal Administrativo para que recorreram lhes dado razão e, em consequência, os espectáculos com toiros de morte na vila medieval de Monsaraz passaram a ser autorizados pela autoridade administrativa competente (Inspecção-Geral das Actividades Culturais) desde 2014.


Campo Pequeno, em Lisboa (c. 1900–1915)



nota: Informação retirada da plataforma " Wikipédia" para um maior conhecimento dos aficionados sobre a História da Tauromaquia!!!



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